Se imagine passeando pelas ruas de Paris e ao ouvir as badaladas que indicam meia-noite tudo se transforma: você volta ao passado em uma década que você realmente gosta, sua “década de ouro”. Sim, é esse o enredo do filme “Meia noite em Paris” do Woody Allen. Esse filme recebeu várias críticas por ser bem parecido com o “A Rosa Púrpura do Cairo”, do mesmo autor, mas foi um sucesso de bilheteria e é realmente lindinho.
Para o protagonista, Gil, escritor de
Hollywood que é razoavelmente bem sucedido e está passeando em Paris com sua
noiva Inez, a década de ouro foi os anos 20 em Paris. Ele revive todas as
madrugadas essa época quando ouve as badaladas e conhece personalidades como F.
Scott Fiztgerald, Ernest Hemingway e Pablo Picasso. Mas a grande sacada do
filme é quando Gil começa a perceber que o presente é subestimado e o passado é
sempre valorizado por nós do presente, isto é, ao chegar aos anos 20, percebe
que as pessoas dessa época gostariam de viver na Belle Époque (1880 a 1914) e
ao chegar nesta última, percebe que os que viviam nela queriam viver na
Renascença (séculos XIV, XV e XVI).
Se fosse para eu
escolher um período seria década de 60 em Liverpool, rs. E você, qual
escolheria? (comente se quiser!) Enfim o filme é fofíssimo, cheio de lugares
maravilhosos (afinal é Paris né?), cheio de romance e um pouco de história. Mas
no final fica a dúvida: será que estamos em constante decadência, já que sempre
consideramos o passado melhor? Será que no futuro, nós do presente seremos vangloriados
mesmo com tantos escândalos sobre corrupção, poluição, entre outros? Será que
no fundo o homem é sempre o mesmo, apenas o meio que muda?
Por Julia Cruvinel
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