Hoje é Halloween ou, no português, Dia das Bruxas e, apesar de não ser tão famoso no Brasil, representa um dia importante na cultura mundial. Há muitas controversas sobre a origem dessa comemoração, propondo versões católicas e pagãs – que incluem teorias de ocultismo; mas não é esse o foco do post, rs. Só para esclarecer, a origem do Halloween vem de tradições dos povos que habitaram a Gália e a Grã-Bretanha, entre 600 a.C. e 800 d.C. e, na época, não tinha a menor relação com bruxas: era apenas um festival do calendário celta que marcava o fim do verão (Samhain). Os doces, as fantasias de monstros, abóboras e a famosa “Gostosuras ou travessuras?” vieram bem depois, por influência dos Estados Unidos.
O Halloween é uma celebração da pluralidade, dos
marginalizados e envolve dois mundos. O primeiro é idealizado; para os celtas,
o lugar dos mortos era um lugar de felicidade perfeita, onde não haveria fome
ou dor e você pudesse ser quem quisesse. Já o outro, a realidade, era bem
diferente; deveríamos nos ‘fantasiar’ todos os dias, para estarmos dentro dos
padrões da sociedade. É um dia para livrarmos nossos ‘monstros’ internos e para
sermos livres.
Sobre não ser muito comemorado no Brasil, tenho duas hipóteses. Ou é porque somos tão diferentes como povo que respeitamos essas diferenças diariamente – o que não ‘colou’ muito; ou é porque preferimos nem mesmo ter um dia para celebrar isso. Para corroborar minha teoria, nada como um filme épico – pouco conhecido aqui no Brasil.
Sobre não ser muito comemorado no Brasil, tenho duas hipóteses. Ou é porque somos tão diferentes como povo que respeitamos essas diferenças diariamente – o que não ‘colou’ muito; ou é porque preferimos nem mesmo ter um dia para celebrar isso. Para corroborar minha teoria, nada como um filme épico – pouco conhecido aqui no Brasil.
The Rocky Horror Picture Show
Dr. Frank, Brad e Janet |
O RHPS é um musical de 1975 de Jim Sharman e Richard O’Brien. O filme faz uma viagem psicodélica
pelo universo do rock, da comédia e do terror.
É sem dúvida um dos filmes mais loucos e sem sentido que já vi. Mas isso
não significa que é ruim; muito pelo contrário, é divertido, critico e faz você
– se for um marginalizado, diferente, ‘underdog’ – se sentir identificado. Em
uma música eles dizem: “Queimando brilhante, há uma estrela-guia/ Não importa o
que ou quem você é./ Há uma luz além do lugar do Frankestein”.
Basicamente o
contexto do filme é: Brad e Janet são dois jovens noivos que decidem visitar um
antigo professor, o Dr. Scott. Mas no caminho o pneu fura e eles acabam tendo
que ir pedir ajuda em um castelo no meio da estrada. Para surpresa total, o
castelo é de um cientista louco, travesti e transexual chamado Dr.
Frank-N-Furter – sim, é uma paródia de Frankenstein. Esse cientista está
trabalhando em um projeto no mínimo exótico: a criação de um homem perfeito, Rocky, que é loiro, com pele dourada e barriga 'tanquinho', além de sempre estar sem camisa.
É tudo meio que uma alegoria.
É tudo meio que uma alegoria.
Brad tem
uma personalidade enrustida e julga saber tudo sobre o mundo e Janet é uma
reprimida que busca se libertar das regras impostas pela sociedade. Dr. Frank
personifica tudo o que não é convencional e expressa uma ruptura, um sentimento
de liberdade não só sexual, mas sobre qualquer coisa.Tem uma cena muito
interessante em que ele canta “Não sonhe que é, seja!” e isso gera todo um
choque. O Dr. Scott representa ‘a sociedade’ – a razão, a lei – e tenta prender
Dr. Frank. Logo, fica explícita a repressão da ‘sociedade’ contra o desigual. Durante o filme, o casal 'bonzinho' vai mostrando sua verdadeira personalidade e no final, são dois devassos.
Também há uma referência há aquele mundo real que citei acima em “E neste pobre planeta restou um bando de insetos/ De raça humana se chamou/ Perdidos no tempo, no espaço e na dor... Na dor”.
Também há uma referência há aquele mundo real que citei acima em “E neste pobre planeta restou um bando de insetos/ De raça humana se chamou/ Perdidos no tempo, no espaço e na dor... Na dor”.
Enfim, o filme apesar de
louco e satírico - por isso tanto exagero - é uma crítica áspera sobre a sociedade, tem uma trilha sonora genial, vários (d)efeitos especiais - que são engraçados de tão ruins- e identificou tanta gente, que chegou a se manter em cartaz por cinco
anos em alguns países. No Brasil, ele foi lançado só depois de cinco anos e não
agradou muito o público, apesar de posteriormente ter-se feito a peça com a
participação da, na época iniciante, Marisa Monte.
Alguns dos números musicais mais épicos:
Por fim, vamos comemorar o Dia das Bruxas, celebrando mais
que isso nossas diferenças, personalidades e opiniões. O Halloween é um dia
para se ser quem quiser - não apenas sonhando - e nos orgulhar disso. Espero
que vocês aproveitem esse dia! ;)
Por Julia Cruvinel
Eu aproveitei esse dia para tirar onda com o povo da escola e parabenizar as bruxas da vida! aushuashauh
ResponderExcluirhttp://oicarolina.wordpress.com